Nomes comuns Asphalt, Mineral Pitch (EN), Asphalt (FR), Lágrimas dos Himalaias (PT), Silajita (Hindi)
Sânscrito Shilajit, Silajit, Silaras
Nome botânico Asphaltum panjabinum
Parte utilizada não aplicável
Distribuição geográfica e habitat – Shilajit, também conhecido como salajit, shilajatu, múmia ou mummiyo é um exsudado de cor castanho-clara a castanho-escura, de consistência variável, obtido a partir de camadas de rochas algumas cordilheiras montanhosas, especialmente na Cordilheira dos Himalaias, no subcontinente indiano (Kong et al., 1987; Srivastava et al., 1988). Também pode ser encontrado na Rússia, no Tibete, na Noruega e no Chile, onde é recolhido em pequenas quantidades em escarpas rochosas, em altitudes entre os 1.000 e os 5.000 metros.
O Shilajit consiste principalmente de paleohúmus (cerca de 80–85%) e de compostos orgânicos derivados dos fósseis da vegetação, comprimidos sob camadas de rochas durante centenas de anos e que sofreram uma elevada quantidade de metamorfoses devido às elevadas temperaturas e condições de pressão predominantes localmente (Ghosal et al., 1991a; Ghosal et al., 1997; Ghosal et al., 1993b). Durante os meses quentes de verão, o Shilajit torna-se menos viscoso e flui entre as camadas de rochas.
Muitos investigadores afirmam que o exsudado de Shilajit é essencialmente de origem vegetal (Chopra et al., 1958; Shakir et al., 1965), uma referência que já era feita nos textos antigos de Sushruta Samhita e Rasarangini. No entanto, existem várias hipóteses sobre a sua origem, nomeadamente quanto às espécies vegetais. Os primeiros trabalhos científicos realizados, demonstraram que é composto principalmente de húmus – os constituintes característicos do solo – juntamente com outros constituintes orgânicos, nomeadamente de plantas produtoras de látex, como a Euphorbia royleana Boiss (Euphorbiaceae) e a Trifoleum repens, endémicas das proximidades das superfícies rochosas onde é recolhido o Shilajit (Ghosal et al., 1976; Ghosal et al., 1988b). Outras pesquisas mais recentes sustentam que os musgos de espécies como Barbula, Fissidenc, Minium, Thuidium e de espécies de hepáticas como Asterella, Dumortiera, Marchantia, Pellia, Plagiochasma e Stephenrencella-Anthoceros presentes nas proximidades de rochas que “expelem” o Shilajit, todas elas espécies briófitas, são responsáveis pela formação de Shilajit (Joshi et al., 1994). As briófitas revelam, nos seus tecidos, a presença de minerais e metais como como o cobre, a prata, zinco, ferro, etc., também presentes no Shilajit.
Em sânscrito, Shilajit significa ‘Conquistador da montanha e destruidor de fraqueza’. Existem vários outros termos para Shilajit como dathuras, dathusara, shiladhatu, etc. utilizado em textos médicos antigos. Quando utilizada como sinónimo de Shilajit, a palavra dhatu simplesmente enfatiza a sua potente ação como Rasayana (Tewari et al., 1973).
Utilização – O Shilajit desempenhou um papel importante na medicina popular na antiga União Soviética, bem como Medicina tradicional indiana e farmacologia tibetana, durante aproximadamente 3.000 anos. Também era utilizado como promotor de crescimento de plantas. Esta resina era utilizada para embalsamar cadáveres na antiguidade egípcia e pelos antigos médicos gregos como antídoto para venenos e para tratar uma variedade de doenças, incluindo artrite e inflamação; Avicena já o mencionava no seu tratado. A Rússia não permite a exportação de Shilajit, uma vez que é considerado um “tesouro nacional”
O ácido fúlvico e outros compostos húmicos são alguns dos princípios ativos de Shilajit. É fascinante saber que os efeitos positivos do ácido fúlvico, são já mencionados num compêndio farmacêutico chinês do século XV. Este compêndio menciona uma substância chamada ‘Wujinsan’, que contém ácidos como o ácido fúlvico e o ácido húmico, que teriam ação coagulante e anti-inflamatória.
O ácido fúlvico é o princípio ativo mais estudado e representará 60 a 80 por cento do total dos componentes nutracêuticos, bem como certos oligoelementos, como como o selénio, que exibe uma ação antienvelhecimento. A pequena estrutura e peso deste princípio ativo facilitam a sua absorção sistémica; é facilmente solúvel em água e a sua solubilidade não é afetada pela mudança de pH.
Utilização tradicional em Ayurveda– O Shilajit ocupa um lugar importante e único na cultura tradicional textos como Ayurveda Siddha e medicina Unani. É prescrito em caso de distúrbios geniturinários, hepáticos, digestivos e nervosos; são-lhe também atribuídas propriedades afrodisíacas. De acordo com o Ayurveda, o Shilajit interrompe o processo de envelhecimento e gera rejuvenescimento, duas características importantes de um Rasayana. Também é usado como yogavaha, isto é, um agente que potencia a ação de outras substâncias ou plantas.
Rasa (sabor): picante, salgado, amargo e adstringente Virya (energia): quente
Vipaka (efeito pós-digestivo): amargo e picante
Doshas: Equilibra todos os doshas, no entanto, se consumido em excesso a sua ação ligeiramente quente pode agravar Pitta.
Nota importante: A informação que levamos até si é elaborada com o maior cuidado e rigor. No entanto, com a mesma não se pretende diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença e não substitui a avaliação e diagnóstico efetuados por um Profissional de Saúde.