A asma, um distúrbio respiratório crónico, está a ter uma incidência global crescente, o que justifica a exploração de tratamentos alternativos para além das terapias convencionais. Este artigo analisa o potencial terapêutico de produtos naturais, a saber, a Curcumina (príncipio ativo da Curcuma longa) e Tulsi, no tratamento da asma, tendo como pano de fundo os produtos farmacêuticos convencionais, como agonistas de curta ação, corticosteroides inaláveis e anticorpos monoclonais, aos quais estão associados efeitos adversos e algumas limitações. Além disso, os riscos embrionários associados a esses medicamentos pressionam ainda mais a necessidade de alternativas mais seguras.
Estudos experimentais anteriores sugerem a eficácia da curcumina na redução da obstrução e inflamação das vias aéreas, uma ação reforçada pelo seu perfil de segurança. O Tulsi [Manjericão sagrado ou Ocimum sanctum Linn. (n. bot.)], um pilar na fitoterapia ayurvédica, é uma outra planta que apresenta uma ação promissora no alívio dos sintomas da asma.
As cápsulas de curcumina auxiliam na redução da obstrução das vias aéreas, conforme evidenciado por um aumento significativo nos valores médios de VEF1*, de acordo com os resultados de uma avaliação da eficácia da curcumina como terapia adicional para pacientes com asma brônquica. Registou-se uma melhoria significativa nos parâmetros hematológicos e nenhum evento adverso clinicamente significativo, indicando que as cápsulas de curcumina têm um perfil de segurança aceitável. Assim, a curcumina pode ser usada como um tratamento adicional para asma brônquica de forma segura e eficaz.
Neste estudo com base num modelo animal, a curcumina protegeu contra a inflamação pulmonar e o stress oxidativo. Nas doses terapêuticas, as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes da curcumina foram semelhantes ou superiores às da dexametasona. No entanto, sua atividade imunomoduladora foi muito mais localizada, resultando inevitavelmente num equilíbrio Th1/Th2 mais eficaz. De acordo com estes resultados, a curcumina poderá ser uma ferramenta terapêutica em caso de asma. Os resultados de um outro estudo confirmam que a curcumina inibe significativamente a inflamação das vias aéreas induzida por ovoalbumina (OVA) e interleucina-4 (IL-4) e a hipersecreção de muco, não apenas para o pulmão, mas também para as células BEAS-2B – o que vem reforçar a eficácia da curcumina no tratamento da asma.
O Tulsi é uma planta aromática muito apreciada, nativa do subcontinente indiano, utilizada há muito na fitoterapia ayurvédica. De acordo com a Materia Medica da Índia, o extrato de folhas de Tulsi é indicado para tratar pirexia, reumatismo e bronquite. Outras aplicações medicinais desta planta são epilepsia, asma ou dispneia, soluços, tosse, doenças de pele e hematológicas, infeções parasitárias, neuralgia, dor de cabeça, feridas, inflamação e até mesmo problemas orais. Um estudo com base numa amostra de pacientes asmáticos permitiu concluir que tomar 500 mg de folhas de Tulsi secas, três vezes ao dia, aumenta a quantidade total de ar exalado após a inalação máxima e aliviou a manifestação asmática em apenas três dias. Num outro estudo, com base num modelo animal, ficou comprovado que o Tulsi evita o broncoespasmo induzido por pólen, bem como a produção de histamina induzida por antígeno por meio de mastócitos sensibilizados; para além disso, são-lhe reconhecidas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Por último, os resultados de um estudo realizado para avaliar a atividade broncodilatadora de Ocimum sanctum Linn. na asma leve e moderada e comparar sua eficácia com o medicamento broncodilatador padrão, Salbutamol, vêm comprovar as conclusões de estudos anteriores. Estes resultados revelam que, embora ligeiramente menos eficaz do que o Salbutamol, a dose de 200 mg de Tulsi, 2 vezes ao dia, produziu melhorias significativas nos valores de VEF1* e PFE**, ao 4º e 7º dia e também originou uma melhoria nos sintomas de asma.
* VEF1 -Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo **PFE (Pico de Fluxo Expiratório)
A combinação de Curcumina (presente na Curcuma longa) e Tulsi demonstra um potencial promissor no alívio dos sintomas da asma, tanto pela ação anti-inflamatória como pela modulação imunitária que oferecem. Estas duas plantas estão presentes na fórmula do Tulsi Xarope Dharma Botanicals, um suplemento líquido de elevada qualidade, indicado para toda a família. A sua composição torna-o também adequado a pessoas com diabetes. Trata-se de uma solução prática e segura, com excelente tolerabilidade, que pode ser integrada em diferentes perfis terapêuticos. Uma proposta fitoterapêutica versátil e alinhada com os desafios respiratórios da atualidade e que se agravam na Primavera.
Kishore Babu A. et al., Curcumin and Tulsi For Pulmonary Disorders In Pandemic Century, Perspective Article, PDDBS 2023, 5, 1; doi: 10.36877/pddbs.a0000364
Vinaya M. et al., Bronchodilator activity of Ocimum sanctum Linn. (tulsi) in mild and moderate asthmatic patients in comparison with salbutamol: a single-blind cross-over study, International Journal of Basic & Clinical Pharmacology | March 2017 | Vol 6 | Issue 3